sábado, 21 de janeiro de 2017

SÉRIE SENTIMENTOS: Ingratidão



Série Sentimentos - Vamos falar de sentimentos...
Iniciamos hoje a nossa série sentimentos, todo mês abordaremos um sentimento, falaremos sobre ele e seus efeitos sobre nós.
E já que todos fazem parte, vamos começar por um sentimento que dói fundo, mas nos traz uma grande visão no final de tudo.
Ingratidão
No dicionário
Substantivo feminino
1. Qualidade ou ação de quem é ingrato; falta de gratidão, de reconhecimento.
2. Caráter, propriedade daquilo que não proporciona resultados satisfatórios, que não compensa o trabalho e esforço despendido ou que se mostra difícil e árduo.

Por mais que tentamos dizer que não, lá está ele, agudo e doloroso, passivamente te destruindo. Certos sentimentos às vezes parecem insolúveis.
Quem nunca sentiu o amargo gosto da ingratidão? Não esperamos o retorno quando estivemos ali presente fazendo o que considerávamos ser algo bom (ou talvez até esperássemos), porém, com certeza, não esperávamos o contrário, total e oposto.
A falta de reconhecimento do bem que lhe foi oferecido poderia estar ligado a uma falta de amor próprio, afinal quem não se ama não tem condições de reconhecer o amor alheio que lhe é oferecido.
Também pode-se dizer que quando a pessoa age com ingratidão ele não soube ser humilde o suficiente para ser grato por aquele bem.
O ingrato esquece com muita facilidade, não as coisas ruins, esquece as coisas boas que fizeram por ele.
Todavia, por mais que se busque explicações para a ingratidão do outro, a dor continua lá dentro de nós. Imergindo, sufocando e doendo muito.
Ser grato requer coragem, reconhecer o outro nem sempre é fácil, portanto, há na ingratidão uma covardia desmedida, como há na gratidão um ato de coragem por assumir e reconhecer sua pequenez e grandiosidade ao mesmo tempo. Pequenez na humildade de aceitar do outro um bem, abrir seu coração e simplesmente aceitar; e grandiosidade por reconhecer-se digno de tal ato e dizer obrigado.

Quando comecei a escrever sobre esta série estávamos no final do ano, e vi muitas pessoas sendo enormemente ingratas com o ano passado e aquilo me pareceu errado, e fui tomada pela urgência em tentar olhar aquela situação com outros olhos; fui pesquisar na época como as pessoas entendiam a ingratidão e o mais engraçado é que o entendimento da ingratidão é de que uma pessoa ingrata o é sempre assim, tem atitudes e comportamentos ingratos sempre, e não sei se concordo bem com isso, pois qualquer um pode ser ingrato em algum momento de sua vida. Você, eu, qualquer um de nós pode agir com ingratidão, querendo ou não, percebendo ou não.
Talvez devamos olhar para dentro de nós também e analisar o porquê a ingratidão nos afeta tanto.  Ao fazer algo por alguém, mesmo que diga que não espera nada em troca, dificilmente não estaremos verdadeiramente não esperando, ou você pelo menos não espera receber em troca a ingratidão (o que não deixa de ser uma espera), contudo ao se fazer o bem devemos fazer e deixar isso para traz, se essa pessoa não foi capaz de reconhecer seu ato isso é problema dela, e se isso te incomodou é porque sua atitude não foi tão altruísta quanto você pensou a principio. Não que você esteja errado ao esperar, somos humanos e é de nossa natureza esperar algo em troca. Mas devemos nos trabalhar para melhorar isso.
Faça o bem e deixe-o andar com as próprias pernas, como o outro o receberá é um problema dele.  As consequências de seus atos devem ser na verdade ignoradas por você. É difícil, eu sei, mas não impossível, faça para os outros o que você quer que façam a você e siga em frente, sem olhar para trás, algum dia, em algum momento esse bem voltará para você, não porque você ficou esperando seu retorno, mas porque esta é a lei da vida.
Quanto aos ingratos, devemos perdoar, não por eles, mas por nós mesmos para que possamos continuar a fazer o bem esperando, apenas, aquela sensação de dever cumprido e nada mais.

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