Série
Sentimentos - Vamos falar de sentimentos...
Iniciamos hoje a nossa série sentimentos, todo mês abordaremos um sentimento, falaremos sobre ele e seus efeitos sobre nós.
E já que todos fazem parte, vamos
começar por um sentimento que dói fundo, mas nos traz uma grande visão no final
de tudo.
Ingratidão
No
dicionário
Substantivo
feminino
1. Qualidade ou ação de quem é ingrato; falta de
gratidão, de reconhecimento.
2. Caráter, propriedade daquilo que não proporciona
resultados satisfatórios, que não compensa o trabalho e esforço despendido ou
que se mostra difícil e árduo.
Por mais que tentamos dizer que
não, lá está ele, agudo e doloroso, passivamente te destruindo. Certos
sentimentos às vezes parecem insolúveis.
Quem nunca sentiu o amargo gosto
da ingratidão? Não esperamos o retorno quando estivemos ali presente fazendo o
que considerávamos ser algo bom (ou talvez até esperássemos), porém, com
certeza, não esperávamos o contrário, total e oposto.
A falta de reconhecimento do bem
que lhe foi oferecido poderia estar ligado a uma falta de amor próprio, afinal
quem não se ama não tem condições de reconhecer o amor alheio que lhe é
oferecido.
Também pode-se dizer que quando a
pessoa age com ingratidão ele não soube ser humilde o suficiente para ser grato
por aquele bem.
O ingrato esquece com muita
facilidade, não as coisas ruins, esquece as coisas boas que fizeram por ele.
Todavia, por mais que se busque
explicações para a ingratidão do outro, a dor continua lá dentro de nós. Imergindo,
sufocando e doendo muito.
Ser grato requer coragem,
reconhecer o outro nem sempre é fácil, portanto, há na ingratidão uma covardia
desmedida, como há na gratidão um ato de coragem por assumir e reconhecer sua
pequenez e grandiosidade ao mesmo tempo. Pequenez na humildade de aceitar do
outro um bem, abrir seu coração e simplesmente aceitar; e grandiosidade por
reconhecer-se digno de tal ato e dizer obrigado.
Quando comecei a escrever sobre
esta série estávamos no final do ano, e vi muitas pessoas sendo enormemente
ingratas com o ano passado e aquilo me pareceu errado, e fui tomada pela
urgência em tentar olhar aquela situação com outros olhos; fui pesquisar na
época como as pessoas entendiam a ingratidão e o mais engraçado é que o
entendimento da ingratidão é de que uma pessoa ingrata o é sempre assim, tem
atitudes e comportamentos ingratos sempre, e não sei se concordo bem com isso,
pois qualquer um pode ser ingrato em algum momento de sua vida. Você, eu,
qualquer um de nós pode agir com ingratidão, querendo ou não, percebendo ou
não.
Talvez devamos olhar para dentro
de nós também e analisar o porquê a ingratidão nos afeta tanto. Ao fazer algo por alguém, mesmo que diga que
não espera nada em troca, dificilmente não estaremos verdadeiramente não
esperando, ou você pelo menos não espera receber em troca a ingratidão (o que
não deixa de ser uma espera), contudo ao se fazer o bem devemos fazer e deixar
isso para traz, se essa pessoa não foi capaz de reconhecer seu ato isso é
problema dela, e se isso te incomodou é porque sua atitude não foi tão
altruísta quanto você pensou a principio. Não que você esteja errado ao
esperar, somos humanos e é de nossa natureza esperar algo em troca. Mas devemos
nos trabalhar para melhorar isso.
Faça o bem e deixe-o andar com as
próprias pernas, como o outro o receberá é um problema dele. As consequências de seus atos devem ser na
verdade ignoradas por você. É difícil, eu sei, mas não impossível, faça para os
outros o que você quer que façam a você e siga em frente, sem olhar para trás,
algum dia, em algum momento esse bem voltará para você, não porque você ficou
esperando seu retorno, mas porque esta é a lei da vida.
Quanto aos ingratos, devemos
perdoar, não por eles, mas por nós mesmos para que possamos continuar a fazer o
bem esperando, apenas, aquela sensação de dever cumprido e nada mais.
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